sábado, 18 de setembro de 2010

MARCHA NORMAL: Ciclo e fases da marcha, cinemática, cinética.

Biomecânica da marcha:

A marcha é dividida em duas fases, que são elas:

* Fase de apoio – fase em que o membro permanece apoiado no chão
* Fase de balanço – fase em que o membro permanece suspenso

FASE DE APOIO
* Apoio de calcanhar
* Aplanamento do pé
* Acomodação intermediária
* Impulso


FASE DE BALANÇO

* Aceleração
* Oscilação intermediária
* Desaceleração


CINEMÁTICA DA MARCHA

* Desvios no Plano Frontal: Cabeça, tronco e centro de gravidade deslocam-se para o lado do apoio; Elevação da pelve no membro em apoio.
* Desvios no Plano Sagital: Ocorrem oscilações verticais, em duplo apoio, cabeça e centro de gravidade ficam mais altos, em único apoio, cabeça e centro de gravidade ficam mais baixos.
* Desvios no Plano Transversal: Existe a rotação de tronco, e o MS à frente é o oposto do MI que está à frente, como um cruzamento.


CINÉTICA DA MARCHA

* Quadril: No toque de calcanhar, o quadril está em flexão de 30º, no aplanamento do pé e acomodação intermediária ocorre uma extensão relativa até a posição neutra, e no impulso o quadril está em uma extensão de 10º. Na fase de balanço, flexão relativa seguida de flexão para novo toque de calcanhar em flexão de 30º.
* Joelho: No toque de calcanhar ocorre uma extensão completa de joelho, no aplanamento do pé ele realiza uma flexão de 15º, se estendendo completamente novamente na acomodação intermediária. No impulso ocorre uma flexão de 30º. Na fase de balanço, ocorre uma flexão máxima de 70º, seguida de extensão até extensão completa para novo toque de calcanhar.
* Tornozelo: No tornozelo, há duas maneiras de realizar a dorsiflexão, com a tíbia fixa e o pé se movimentando (CCA), e com o pé fixo e a tíbia se movimentando (CCF). No toque de calcanhar o tornozelo está em posição neutra, que é de 90º, no aplanamento do pé ocorre uma flexão plantar até colocar a planta do pé no chão, na acomodação intermediária ocorre a anteriorização da tíbia numa dorsiflexão de 10º, e no impulso ocorre uma flexão plantar de 20º. Na fase de balanço ocorre uma dorsiflexão até a posição neutra para novo toque de calcanhar.


MÚSCULOS ATIVOS DURANTE A MARCHA

* Tibial anterior: Na fase de balanço mantém o pé dorsiflexionado, evitando que os dedos se arrastem no solo. E na fase de apoio vence a força de reação do solo durante o toque de calcanhar e no aplanamento do pé realiza flexão plantar em contração excêntrica.
* Tríceps sural: Ativo somente na fase de apoio controlando a anteriorização da tíbia em contração excêntrica durante o aplanamento do pé e realiza a flexão plantar no impulso.
* Quadríceps: Pico de contração no aplanamento do pé, controlando a flexão de joelho excentricamente que é só de 15º. O reto femoral inicia o movimento de flexão de quadril e extensão de joelho e os vastos realizam extensão do joelho imediatamente antes do golpe de calcanhar.
* Posteriores da coxa: Na fase de balanço realiza a desaceleração da flexão de quadril em contração excêntrica (glúteo máximo) e na aceleração promove a flexão de joelho (isquiotibiais). Na fase de apoio, o glúteo máximo faz a extensão de quadril no toque de calcanhar e aplanamento do pé vencendo a força de resistência do solo.
* Flexores de quadril: A fase de balanço ocorre por inércia, são auxiliares na aceleração.
* Abdutores (glúteo médio): Ocorre pequena depressão da pelve quando o membro está em balanço, importante estabilizador da pelve.
* Adutores: Auxilia no início e fim da fase de apoio, tendo inversão de ação em flexão e extensão.
* Outros:

Eretores da espinha: realiza contração excêntrica durante o toque de calcanhar e impulso quando o tronco inclina pra frente.

Abdominais: rotação do oblíquo durante a marcha.

Músculos do pé e artelhos: na acomodação intermediária.

Músculos do braço: extensores de EU em contração excêntrica (balanço dos braços durante a marcha ocorre por inércia).


http://www.youtube.com/watch?v=K1wySV7fxx4

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ESPINHA BÍFIDA

Espinha Bífida é uma anormalidade congênita do Sistema Nervoso, que representa um defeito na formação do tudo neural, desenvolvido nos dois primeiros meses de gestação.
O não fechamento do tubo neural poderá afetar não somente as vértebras, mas também a medula espinhal, as meninges e até mesmo o encéfalo.
As formas mais comuns de Espinha Bífida são:
· Espinha Bífida Oculta;
· Espinha Bífida Cística, que pode ser de dois acomentimentos:
o Meningocele: Quando a herniação envolve apenas as meninges, a medula não é atingida e as raízes nervosas estão preservadas;
o Mielomeningocele: Quando o sistema nervoso está exposto, a placa neural está exposta devido ao não fechamento do tubo neural durante o desenvolvimento. Geralmente existe comprometimento neurológico abaixo do nível da lesão.A ingestão de ácido fólico pela gestante é um método preventivo para que não ocorra malformação do tubo neural durante o desenvolvimento embrionário. O ácido fólico é receitado pelo médico já no início ou até mesmo no planejamento da gravidez. Alguns alimentos contêm o produto introduzido, como a farinha de trigo, visando mais a ingestão na população mais pobre.
A hidrocefalia se deve ao acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano dentro do encéfalo e, no caso da mielomeningocele, deve-se a obstrução do fluxo desse líquido em alguns locais do sistesma nervoso.Os casos que apresentam malformação de Arnold-Chiari exigem acompanhamento rigoroso, porque nesses recém-nascidos, o fechamento da lesão do dorso resulta em aumento da pressão intracraniana, devido ao acúmulo do líquido cefalorraquidiano. A forma mais grave desta patologia consiste na herniação da porção mais baixa do cerebelo e do tronco cerebral através do forame magno, ocorrendo que algumas partes do cérebro alcançam o canal da medula espinhal comprimindo-a.
Em geral, o tratamento da hidrocefalia exige a implantação ciruúrgica de de um shunt ventrículo-peritoneal , destinado a drenar o líquido cefalorraquidiano do ventrículo lateral; o dreno desce ao longo do pescoço, passa por trás da clavícula e desce pela parede tarácica até o peritônio, onde ocorre a absorção do líquor.Sinais clínicos do bloqueio do shunt:
· Gritos agudos;· Irritabilidade;
· Consulsões;
· Desvi dos olhos para baixo (sinal do sol poente);
· Abaulamento da grande fontela;
· Vômitos;
· Sonolência;
· Cefaléia.
Ainda que se consiga controlar a hidrocefalia, algumas crianças demoram a firmar a cabeça devido ao peso da cabeça volumosa, e o desenvolvimento geral da motricidade apresenta então um atraso correspondente.
Essas crianças podem apresentar incontinência vesical, que pode ser até corrigida com cirurgia, fecal, que pode ser regulada com treinamento e regime alimentar.
Podem apresentar deformidades congênitas ou secundárias, devido ao posicionamento prolongado ou ao desequilíbrio muscular. A cifose é a deformidade mais grave, que se manifesta desde o nascimento, se agravando com o crescimento. Uma luxação congênita de quadril pode também ser encontradas nessas crianças, e uma variedade de pé eqüino-varo fico também costuma ser encontrada em alguns casos de mielomeningocele.
Recomenda-se o uso de órteses.



Já são realizadas cirurgias intra-uterinas para correção do defeito no tubo neural.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

HIDROTERAPIA NA PEDIATRIA



Na hidroterapia pediátrica a fisioterapia ganha ar de brincadeira e diversão, tornando os exercícios agradáveis, estimulando a motivação e auto-confiança da criança e explorando ao máximo seu potencial, juntamente com o seu desenvolvimento físico, emocional e educacional. O ambiente climatizado é um estímulo constante ao tratamento.
A atividade aquática é um modo de estimular o desenvolvimento das crianças e de ampliar experiências de movimentos das crianças sadias, deficientes ou sob riscos.
A criança prematura e aquelas que estão sob altos riscos de lesões neurológicas ou atraso de desenvolvimento já podem ter experiêncido a hidroterapia em uma unidade de terapia intensiva. Bebês muito novos participam juntos com seus pais dos programas aquáticos.
Dentre as técnicas fisioterapêuticas, é a hidroterapia a que possibilita realizações de atividade de maior grau de dificuldade, proporcionando aos pacientes benefícios psicológicos. Se comparada com técnicas realizadas no solo, a hidroterapia devido aos princípios físicos da água facilita e melhora as reações de equilíbrio, coordenação, postura e proporciona ao paciente a sensação de segurança. Para a criança a sensação de segurança é encontrada nos braços dos pais e no contato com o corpo. Isso foi experenciado na sensação do ambiente de fluidos, antes do nascimento, e agora é novamente encontrado no calor da água.


Fonte: http://www.webartigos.com Benefícios do Tratamento de Patologias Pediátrica com o Recurso da Hidroterapia

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

HIDROTERAPIA - Piscina Terapêutica e Princípios Hemodinâmicos


Hidroterapia
Piscina Terapêutica

Através dos anos a água vem sido usada como um recurso terapêutico que promove ganhos funcionais, diminuição da dor, relaxamento, bem-estar e uma vida mais saudável para pacientes de diversas áreas. O corpo imerso na água aquecida proporciona ao paciente viver situações, estímulos e sensações, contribuindo de maneira significativa na habilitação e reabilitação motoras do ser humano.
A atividade física em piscina, passou a ser amplamente empregada para diversas finalidades e com excelentes resultados em praticamente todas as áreas da medicina física e reabilitação. O sucesso do tratamento em piscina terapêutica depende, basicamente, da correta indicação, da utilização adequada dos princípios físicos da água associados aos efeitos fisiológicos do corpo em imersão e de uma infra-estrutura que permita o desenvolvimento seguro e agradável do tratamento.
Princípios Hemodinâmicos:
1. Pressão Hidrostática: A pressão hidrostática é uma força que age como compressão sobre o corpo imerso, em todas as direções do corpo, tem efeito de uma bomba de drenagem, auxiliando no retorno venoso, na drenagem de edemas, age também como auxiliador expiratório, sendo benéfico a patologias como asma, DPOC. Além do efeito sensitivo que age sobre o corpo imerso, auxiliando na percepção corporal do paciente.
2. Empuxo: O empuxo é a força que age contra a gravidade com uma intensidade igual ao peso do volume de água deslocado pelo corpo em imersão. O empuxo pode ser usado tanto para ganho de amplitude de movimento articular, já que o volume de água deslocado auxilia no movimento do membro imerso, pode ser usado em fortalecimento muscular, quando a força é gerada contra seu princípio. Além de analgésico, pois diminui a sobrecarga intra-artucular do corpo imerso (dores articulares) e no trabalho de coordenação motora auxiliando o paciente a alcançar objetos na piscina.
3. Temperatura: A temperatura ideal da piscina terapêutica tem que ficar em torno de 31 à 33º, sendo essa a temperatura ideal e confortável, capaz de causar relaxamento em músculos altamente tensionados, diminuir a espasticidade e promover o bem-estar. A temperatura acima pode causar fadiga rapidamente e queda de pressão arterial, e abaixo dessa temperatura pode causar rigidez articular, aumento do tônus, aumento da pressão arterial e desconforto.
4. Turbulência: É o deslocamento de água gerado por terceiros, no caso, o terapeuta, promovendo uma série de ‘ondas’ na piscina. A turbulência causa efeito de micro massagem, diminuindo a dor pela teoria das comportas, é também usada como progressão para treino de equilíbrio dentro da piscina.
5. Esteira e Arrasto: Quando um corpo se move na água na frente de outro, o corpo a frente cria uma esteira atrás de si, facilitando o movimento para quem vem logo atrás, esse princípio é usado em início de tratamento para que o paciente se ambiente com a pressão causada durante a imersão. Já se o indivíduo cria uma esteira, se ele for contra ela, vai criar o princípio do arrasto, que é se deslocar contra a água em movimento. Usado em treinamentos avançados, como desportiva.